segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Conversa à mesa do café

Já há bastante que não escrevia nada neste blog mais por falta de tempo que por falta de vontade.
Depois de passar uma semana no centro do mundo, isto é em Vale de Telhas, disse-me que devia falar-vos das conversas que tive à mesa do café. Dos cafés, deveria eu dizer, porque foram várias e em vários estabelecimentos.
Porém, falaram-me quase sempre deste blog, de Vale de Telhas e das próximas eleições.
Das legislativas, que são importantes, nem uma palavra. Das eleições para a junta de freguesia, quase todos os dias.
O que se fez em quatro anos de mandato ? Quase nada ou tão pouca coisa.
Arranjou-se o ribeiro junto à fonte do bairro, deu-se um jeito a alguns caminhos velhos e sobretudo, agora que as eleições estão quase à porta, fazem-se os trabalhos da igreja.
Ninguém é parvo para não compreender que se não houvesse eleições não teria havido obras. Já que as que são feitas, em vez de serem pagas pela câmara municipal de Mirandela são financiadas em maior parte pelo povo de Vale de Telhas.
Noutras freguesias do concelho, as obras seriam pagas pela câmara talvez a 90 %. Em Vale de Telhas, dá-se a desculpa que agora não há tanto dinheiro como antes e só vem para cá as migalhas do fartote dos outros.
Para o ano de 2009, o orçamento da câmara municipal de Mirandela é de 42 739 900 €. Quanto veio para Vale de Telhas ?
Umas migalhas, dizia eu. Por exemplo, perto de nós, para o saneamento em Vale de Gouvinhas, a câmara deu 170 000 € e 80 000 € para o sistema de abastecimento de águas, igualmente para Vale de Gouvinhas, o que faz um total de 250 000 €. E para Vale de Telhas ? 
As migalhas, meus amigos ! As migalhas !
Então, para as próximas eleições, fala-se do que se pode fazer nesta terra. Tanta coisa na realidade. Mas a alguns, faltam-lhes as ideias. A outros a coragem e a vontade.
Portanto, na nossa terra há tanta coisa por fazer.
Á mesa do café, gostei de falar com algumas pessoas que têm boas ideias e que poderão beneficiar para todos os habitantes de Vale de Telhas.
Nos jovens, senti essa força que abandonou os mais velhos há tantos anos. Essa vontade de mudar o mundo e de participar na construção do futuro.
É tempo de avançar. É tempo de mudar. É tempo de construir o futuro da nossa aldeia.
Sem mudança não há progresso. Sem mudança não há hipótese de saber se com outros será melhor ou pior.
Devemos fazer confiança nos jovens porque são eles o futuro de Vale de Telhas. Se continuarmos assim, um dia vão todos partir à procura de uma vida melhor em outras partes do mundo.
Sem eles, Vale de Telhas será uma aldeia deserta.
Temos o dever de lhes deixar uma terra onde eles possam viver, ser felizes, avançar na vida.
No dia das eleições, pense bem o que vai fazer. Trata-se do futuro de Vale de Telhas e não de dizer se estamos contentes porque se fizeram obras na igreja. Nesse aspecto, estamos todos contentes. Mas isso não chega. Se não temos a coragem de mudar, talvez um dia só tenhamos direito ás obras no cemitério.
Nas conversas à mesa do café, senti o medo dos jovens em frente de uma vida que será certamente difícil para eles. Tive também o sentimento que estão à espera que os pais ouçam o que eles têm para dizer.
Se eu fosse candidato, faria uma reunião onde todos poderiam dar a sua opinião, onde cada cidadão de Vale de Telhas poderia dizer o que quer para a nossa aldeia.
Chama-se a isso a democracia participativa. Cada um de nós deve poder dizer o que lhe vai na alma, o que espera das autoridades, como quer que sejam gastos os seus impostos. Deve poder escolher o seu futuro ou o dos seus filhos, sem que sejam os outros a dizer-lhes o que é bom para eles.
O 25 de Abril já foi há 35 anos. Já é tempo de sermos adultos responsáveis, capazes de votar sem que nos digam por quem devemos votar.
É altura de mostrar que somos cidadãos independentes, capazes de escolher livremente o nosso destino.
É tempo de mudar ! É tempo de ir em frente !
Viva Vale de Telhas !

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